segunda-feira, 12 de outubro de 2009

CÃO CATATAU GANHA HOMENAGENS NA UFSC



Tendo passado doze dos seus doze anos no campus da UFSC, mas mais que isso: tornando-se famoso pelo natural instinto de liderança e pela participação em diversos eventos, o cão Catatau foi homenageado na quarta, 07/10, no Projeto 12h30, com a inauguração de um pequeno monumento instalado no jardim do CCE, o mesmo onde se localiza a Pira da Resistência e onde descansa o cachorrinho.

Símbolo de companheirismo, resistência e luta, o cão, além dos diversos nomes pelos quais era chamado, chegou a receber a alcunha de Che Catatau, e ficou imortalizado também através de fotos e painéis feitos por Leonardo Nogueira, estudante de pós-graduação da Universidade.

O monumento, que foi confeccionado com o dinheiro arrecadado através da venda de broches e adesivos, da doação de alunos e professores e do apoio das ongs Organização Bem Animal (OBA!) e Instituto É o Bicho! possui placa medindo 50 X 40cm onde a imagem do cãozinho foi esculpida. A obra é uma criação do artista plástico Adlei Pereira, o Gringo, que quando soube quem retrataria, lembrou ter escutado histórias do cachorro contadas por seus filhos, alunos da UFSC.

“Com esta homenagem queremos acirrar as campanhas contra o abandono e o controle populacional no campus, além de chamar a atenção para o bem-estar dos cães que residem aqui”, explica Rogeria D’El Rei Martins, funcionária da Universidade.

A preocupação de Rogéria não é infundada: a cada ano são abandonados milhares de cães e gatos em todo o mundo e a UFSC também acaba servindo de “depósito de animais indesejados” por donos irresponsáveis. Apesar de práticas de maus tratos e abandono estarem enquadrados na Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605/98, a infração ainda é muito comum.

Uma das formas de se evitar o abandono é estimular a posse responsável, prática que as ongs de proteção animal difundem com ênfase. O animal não deve ser visto como mercadoria, que se adquire e depois se descarta de acordo com a conveniência. “Vou me mudar para um apartamento e não temos lugar para ele”, “Esse cachorro faz muita bagunça, não agüento mais”, “Ele não late quando aparece alguém no portão” são algumas das desculpas de pessoas que desejam se desfazer do animal que antes parecia tão lindinho e querido. O que essas ongs fazem, então, é conversar com possíveis adotantes, instigando os pretendentes a se questionarem: tenho tempo de cuidar de um animal? Todos da casa concordam em tê-lo conosco? Quem cuidará dele quando viajar? Se me mudar, o levarei comigo, assim como faria com um membro da família?

Outra maneira de impedir o abandono é cortando o mal pela raiz: esterilizando os animais. A medida, que parece radical, tem sua razão de ser: de acordo com a OBA!, uma única cadela pode gerar, em cinco anos, cerca de 500 descendentes diretos e indiretos. E será que todos conseguem um bom lar? Mesmo os animais que vivem em casas cercadas acabam dando um jeito de pular o muro quando avistam uma fêmea no cio. Há casos de fêmeas que copulam com machos de rua mesmo através das grades de suas casas. Por isso, para os protetores de animais, a regra é simples: todos devem ser castrados. E a esterilização, ao contrário do que diz o senso comum, não traz malefícios para o animal, muito pelo contrário. Ele não engorda, se for corretamente alimentado, e nem se torna apático.

A luta por propiciar condições satisfatórias de vida aos animais abandonados está longe de chegar ao fim. O monumento em homenagem ao Catatau é uma forma de lembrar, sempre, que todos os seres merecem viver com dignidade.

"Participei de muitas festas e comemorações na UFSC, e sempre este nosso amigo fiel, estava ao nosso lado, um verdadeiro companheiro".

Leandro Neto

Turismo e Meio Ambiente

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